Como um dos maiores bancos do Brasil entrou em crise e foi vendido ao HSBC
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Foto: Morio/Wikimedia |
O Banco Bamerindus foi um dos maiores e mais tradicionais bancos do Brasil, que chegou a ter mais de mil agências espalhadas pelo país e a patrocinar eventos como as Olimpíadas do Faustão. No entanto, o banco não resistiu à crise econômica dos anos 90 e acabou sendo liquidado pelo Banco Central em 1998, após participar do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (PROER). Neste artigo, vamos contar a história de ascensão e queda do Banco Bamerindus, desde a sua fundação em 1929 até a sua venda ao HSBC em 2013.
A fundação do Banco Bamerindus
O Banco Bamerindus teve origem em 1929, quando Avelino Antônio Vieira, um contador nascido em Tomazina, interior do Paraná, resolveu criar uma empresa bancária em sua cidade natal, em plena crise mundial. Para isso, ele se associou a alguns amigos e fundou a Sociedade Cooperativa de Responsabilidade Limitada Banco Popular e Agrícola do Norte do Paraná (BPA).
Em 1944, o BPA foi incorporado ao Banco Comercial do Paraná, do qual Avelino se tornou diretor comercial. Em 1951, ele assumiu o controle do Banco Meridional da Produção, que tinha apenas quatro agências, e mudou sua razão social para Banco Mercantil e Industrial do Paraná S/A. Em 1971, essa denominação foi alterada para Banco Bamerindus do Brasil S/A, uma junção das iniciais de Banco Mercantil e Industrial.
A expansão do Banco Bamerindus
Sob a presidência de José Eduardo de Andrade Vieira, filho de Avelino, o Banco Bamerindus viveu uma fase de forte expansão, se consolidando como uma das maiores instituições bancárias da América do Sul nas décadas de 70 e 80. O banco investiu em diversos segmentos, como seguros, previdência, leasing, cartões de crédito, consórcios e financiamentos imobiliários.
O Banco Bamerindus também se destacou por sua atuação social, cultural e esportiva, apoiando projetos como o Coral Bamerindus, o Museu de Arte Sacra, o Instituto de Pesquisas Históricas, o Prêmio Bamerindus de Literatura, o Circuito Cultural Bamerindus e o Bamerindus Esporte Clube. Além disso, o banco patrocinou eventos como o Rock in Rio, a Fórmula 1, o Carnaval do Rio de Janeiro e as Olimpíadas do Faustão.
A crise do Banco Bamerindus
A partir de 1994, o Banco Bamerindus começou a enfrentar dificuldades financeiras, decorrentes da instabilidade econômica do país, da concorrência acirrada, da inadimplência dos clientes e da má gestão dos recursos. O banco acumulou prejuízos bilionários e viu seu patrimônio líquido se tornar negativo, ou seja, o valor das dívidas superou o valor dos ativos.
Para tentar salvar o banco, o governo federal incluiu o Bamerindus no PROER, um programa criado em 1995 para socorrer as instituições financeiras em dificuldades, mediante a injeção de recursos públicos e a busca de parceiros privados. O Banco Central interveio no Bamerindus em março de 1998 e dividiu o banco em duas partes: uma boa, que ficou com os ativos rentáveis e os clientes, e uma ruim, que ficou com os ativos problemáticos e as dívidas.
A venda do Banco Bamerindus
A parte boa do Banco Bamerindus foi vendida ao HSBC, um grupo financeiro britânico, por R$ 1,2 bilhão, em abril de 1998. O HSBC assumiu as agências, os funcionários, os produtos e os serviços do Bamerindus, mas não a marca, que foi extinta. O HSBC também se comprometeu a investir R$ 1,5 bilhão no banco nos cinco anos seguintes.
A parte ruim do Banco Bamerindus ficou sob a responsabilidade do Banco Central, que iniciou um processo de liquidação extrajudicial, ou seja, de venda dos ativos e de pagamento dos credores. Esse processo durou 16 anos e envolveu diversas disputas judiciais, até que, em dezembro de 2014, o Banco Central decretou o fim da liquidação do Bamerindus.
Em janeiro de 2013, o BTG Pactual, um banco de investimentos brasileiro, anunciou que compraria o que sobrou do Bamerindus e de suas subsidiárias por R$ 418 milhões, em cinco parcelas anuais. No entanto, o negócio só foi concluído em julho de 2014, após a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e o fim da liquidação extrajudicial.
A lição do Banco Bamerindus
O caso do Banco Bamerindus é um exemplo de como uma empresa que alcançou o sucesso pode entrar em declínio e desaparecer se não souber se adaptar às mudanças do mercado e aos desafios da gestão. O banco, que marcou época com sua poupança e seu jingle, não conseguiu superar a crise e acabou sendo liquidado pelo Banco Central, deixando um legado de dívidas, processos e saudades.
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