O que aconteceu com a H-Buster? Ascensão e queda de uma gigante do som automotivo

Conheça a trajetória da H-Buster, empresa brasileira que dominou o mercado de som automotivo por quase duas décadas e acabou falindo em 2015.

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O que aconteceu com a H-Buster? Ascensão e queda de uma gigante do som automotivo
A H-Buster foi uma empresa brasileira de eletroeletrônicos, conhecida por fabricar equipamentos e aparelhos de áudio e vídeo para automóveis, tais como alto-falantes, amplificadores, leitores de CD e DVD, entre outros. Fundada em 1997 por Guilherme Ho, um empresário que já atuava no ramo de importação e distribuição de produtos eletrônicos desde os anos 80, a empresa transferiu sua sede em 2005 para Cotia, onde contava com duas fábricas. Além disso, tinha uma unidade na Zona Franca de Manaus, onde produzia televisores e computadores portáteis. A H-Buster chegou a ser líder no mercado de som automotivo, com uma participação de 30% em 2010, e a terceira maior fabricante de TVs LCD do país, com uma fatia de 8% em 2012. No entanto, a empresa enfrentou sérios problemas financeiros a partir de 2013, que culminaram em seu pedido de recuperação judicial e posterior falência em 2015. Neste artigo, vamos contar a história da H-Buster, desde sua origem até seu fim, e analisar os fatores que contribuíram para sua ascensão e queda.


Origem e crescimento da H-Buster


A H-Buster foi fundada em 1997 por Guilherme Ho, um empresário que já atuava no ramo de importação e distribuição de produtos eletrônicos desde os anos 80. Ho percebeu uma oportunidade de mercado no segmento de som automotivo, que era dominado por marcas estrangeiras, e decidiu investir na produção nacional de alto-falantes. Para isso, ele se associou a uma empresa coreana, a Daewoo Electronics, que fornecia a tecnologia e os componentes para a fabricação dos produtos. A marca H-Buster foi criada a partir da junção das iniciais de Ho e do termo em inglês "buster", que significa algo que supera ou destrói algo. O slogan da empresa era "Você quer, você pode, você merece".

A H-Buster começou a ganhar espaço no mercado de som automotivo graças à qualidade e ao preço competitivo de seus produtos, que eram adaptados ao gosto e às necessidades dos consumidores brasileiros. A empresa também investiu em marketing, patrocinando eventos e campeonatos de som automotivo, e em assistência técnica, oferecendo garantia e suporte aos clientes. Em 1999, a H-Buster inaugurou sua primeira fábrica de alto-falantes em São Paulo, com capacidade para produzir 300 mil unidades por mês. Em 2003, a empresa ampliou seu portfólio e passou a produzir também CD e DVD players, monitores de LCD e navegadores GPS, sempre voltados para o segmento automotivo. Para isso, a empresa inaugurou sua segunda fábrica, na Zona Franca de Manaus, onde contava com incentivos fiscais. Em 2005, a H-Buster transferiu sua sede e sua fábrica de alto-falantes para Cotia, em uma área de 15 mil metros quadrados, onde instalou um moderno centro de pesquisa e desenvolvimento. A empresa também obteve a certificação ISO 9001:2000, que atesta a qualidade de seus processos produtivos.


Expansão e diversificação da H-Buster


A H-Buster continuou a crescer e a se consolidar como uma das maiores fabricantes de equipamentos de áudio e vídeo para automóveis no Brasil. A empresa tinha como principais concorrentes as marcas Pioneer, Sony e Philips, mas se diferenciava por oferecer produtos com mais recursos e menor preço. A empresa também se destacava pela inovação, lançando produtos como o primeiro DVD player automotivo com tela de 7 polegadas e o primeiro navegador GPS com TV digital integrada. A H-Buster também investia em parcerias com montadoras de veículos, fornecendo seus produtos como itens de série ou opcionais para marcas como Fiat, Volkswagen, Ford, Chevrolet, Renault, Peugeot, Citroën, Hyundai, Kia, entre outras.

Em 2007, a H-Buster decidiu expandir seus negócios e entrar em novos segmentos de mercado. A empresa passou a produzir televisores LCD, aproveitando a demanda gerada pela transição do sinal analógico para o digital no Brasil. A empresa também lançou sua linha de computadores portáteis, incluindo notebooks e netbooks, com foco no público jovem e estudantil. A H-Buster apostava na qualidade, no design e no preço acessível de seus produtos para conquistar os consumidores. A empresa também investiu em sua rede de distribuição, atendendo a grandes redes varejistas, como Casas Bahia, Ponto Frio, Magazine Luiza, Carrefour, entre outras. A H-Buster chegou a ter mais de 10 mil pontos de venda em todo o país.


Crise e fim da H-Buster


A H-Buster alcançou seu auge em 2010, quando faturou R$ 800 milhões e empregou cerca de 2 mil funcionários. A empresa era líder no mercado de som automotivo, com uma participação de 30%, e a terceira maior fabricante de TVs LCD do país, com uma fatia de 8%. No entanto, a partir de 2011, a empresa começou a enfrentar uma série de dificuldades que comprometeram sua saúde financeira e operacional. Entre os principais fatores que levaram à crise da H-Buster, podemos citar:

  • A concorrência acirrada de marcas chinesas, que ofereciam produtos similares ou até superiores com preços mais baixos, tanto no segmento de som automotivo quanto no de TVs e computadores;
  • A desvalorização do real frente ao dólar, que encareceu os custos de produção e importação dos componentes eletrônicos, reduzindo as margens de lucro da empresa;
  • A queda na demanda por equipamentos de som automotivo, devido à popularização dos smartphones e dos serviços de streaming de música, que dispensavam o uso de CDs e DVDs;
  • A retração do mercado de TVs, devido à saturação do consumo após a Copa do Mundo de 2010 e à crise econômica que afetou o poder de compra dos brasileiros;
  • A falta de inovação e de diferenciação dos produtos da empresa, que não acompanharam as tendências e as preferências dos consumidores, como as telas de LED, as smart TVs e os notebooks ultrafinos.
  • A má gestão administrativa e da empresa, que não soube planejar e executar as estratégias de mercado, controlar os custos e os estoques, negociar com os fornecedores e os credores, e investir em marketing e pós-venda.

Com esses problemas, a H-Buster começou a acumular dívidas e a atrasar os pagamentos dos funcionários, dos fornecedores e dos bancos. A empresa também enfrentou greves, protestos, ações trabalhistas e bloqueios judiciais de suas contas. Em abril de 2013, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial, alegando que tinha uma dívida de R$ 1 bilhão e um patrimônio líquido negativo de R$ 300 milhões. A empresa apresentou um plano de recuperação que previa a venda de ativos, a renegociação das dívidas, a reestruturação organizacional e a retomada das atividades produtivas. No entanto, o plano não foi aprovado pelos credores, que exigiam o pagamento integral dos débitos. Em 2015, a Justiça decretou a falência da H-Buster, encerrando definitivamente as operações da empresa.


Conclusão


A história da H-Buster é um exemplo de como uma empresa pode crescer rapidamente e se tornar uma referência em seu segmento, mas também de como ela pode sucumbir diante de uma série de fatores internos e externos que afetam o seu desempenho. A empresa teve uma trajetória de sucesso no mercado de áudio e vídeo automotivo, mas não soube se adaptar às mudanças tecnológicas, econômicas e competitivas do setor. A empresa também tentou se diversificar para os segmentos de televisores e informática, mas não conseguiu se posicionar de forma eficiente e rentável. A empresa ainda tentou se reinventar no segmento de refratários, mas não teve o apoio dos credores e dos fornecedores para viabilizar o seu plano de recuperação. A empresa acabou falindo em 2015, deixando um rastro de dívidas, processos e insatisfação de clientes, funcionários e parceiros.

A história da H-Buster serve de lição para os empreendedores e gestores que querem ter sucesso nos seus negócios. É preciso estar atento às tendências e às oportunidades do mercado, mas também aos riscos e às ameaças que podem comprometer a sustentabilidade da empresa. É preciso investir em inovação e diferenciação, mas também em qualidade e eficiência. É preciso diversificar e internacionalizar, mas também focar e especializar. É preciso planejar e executar, mas também controlar e avaliar. É preciso ter visão, cultura e estratégia, mas também liderança, equipe e parceria.

Espero que você tenha gostado deste artigo sobre a história da H-Buster, a gigante do som automotivo que faliu.

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Até a próxima!

Obtendo informações…

1 comentário

  1. Muito bom artigo. Não tinha esse conhecimento sobre essa empresa e nem sabia que era brasileira. Obrigado
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